O ensino superior foi uma realidade distante, porém muito sonhada, dos moradores do interior do estado durante um longo período. Enquanto na capital ainda no final do século XIX foram criadas as escolas de Farmácia, Química e Engenharia, apenas na década de 1930 os primeiros cursos chegaram ao interior do Rio Grande do Sul, tendo como pioneiras as cidades de Pelotas e Santa Maria.
Em Passo Fundo, o processo ocorreu um pouco mais tarde, mas nem por isso menos exitoso. Na metade do século XX, o município passava por um intenso processo de migração das comunidades rurais para a cidade, movimento que era acompanhado pelo aumento dos cursos ginasiais, que se preocupavam com a formação de professores para atender a expansão do ensino. Foi nesse período que a comunidade começou a se mobilizar em busca de alternativas que possibilitassem que os jovens dessem continuidade a seus estudos e contribuissem de forma determinante no desenvolvimento da região. 
Na década de 1950 foram dados os primeiros passos rumo à consolidação de uma das mais importantes instituições do norte do Rio Grande do Sul: a Universidade de Passo Fundo.
A ousadia desses pioneiros rendeu frutos. No livro Universidade Comunitária – Uma experiência inovadora, Darcy Ribeiro resume: "A UPF foi e continua sendo uma experiência fascinante. Ela não foi ato da generosidade de algum governante. Não caiu de paraquedas num determinado lugar. Ela foi pensada e desejada. Nasceu do sonho e da vontade de visionários". Ao longo de sua trajetória, mais de 63 mil profissionais foram formados. Essa e outras conquistas dos 45 anos de história da UPF serão celebradas durante todo este ano, com uma programação especial que envolverá a comunidade regional.
Dentre os objetivos do CUC estava o de auxiliar na formação dos professores que atuariam na região. Quando o consórcio foi criado, o idealizador Dom Claudio Colling anunciou ao conselho da SPU o surgimento da entidade e da Faculdade de Filosofia. Na oportunidade já se discutia a possibilidade de integração à Universidade de Passo Fundo, cuja fundação já estava sendo pensada. A Faculdade de Filosofia oferecia três cursos: Filosofia, Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas.
O decreto de reconhecimento da UPF foi assinado pelo presidente Arthur Costa e Silva e pelo ministro da Educação Tarso Dutra no dia 02 de abril de 1968. O ato aconteceu no Palácio Piratini em Porto Alegre, onde Dom Cláudio Colling falou em nome da comunidade regional. Em seu discurso, destacou: "talvez, no entanto, nenhum outro ato tenha repercussão maior e tão histórica do que este de assinatura do decreto de criação da Universidade de Passo Fundo", fazendo referência aos outros atos realizados na oportunidade. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União no dia 06 de junho de 1968, data em que se comemora o aniversário da instituição.
Se no momento de sua criação a UPF contava com 2.122 alunos matriculados em seis faculdades, ao completar 45 anos mostra que o sonho de transformar Passo Fundo em uma cidade universitária deu certo. Oferece, hoje, 60 cursos de graduação, que recebem aproximadamente 22 mil alunos. A instituição já formou mais de 63 mil profissionais e é um forte fator de desenvolvimento de toda a sociedade regional, pois, com alicerces no ensino, na pesquisa e na extensão, atende às necessidades das comunidades onde atua. Na pós-graduação, conta com nove programas, oferecendo 10 cursos de mestrados, dois doutorados e um estágio pós-doutoral. Além disso, são mais de 50 cursos de especialização oferecidos em diferentes áreas do conhecimento, além dos cursos de extensão, seminários, palestras e outros eventos, que contam com a participação das comunidades acadêmica e geral.
A expansão da UPF não para. Pensando no futuro, a instituição investe em inovação tecnológica e, para isso, está em fase de construção o Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio. A inserção internacional da instituição está sendo ampliada e conta-se atualmente com 60 acordos internacionais que possibilitam intercâmbio acadêmico e docente em respeitadas universidades da América e da Europa. Em termos de estrutura, a avaliação do MEC para recredenciamento da instituição, em 2009, atribuiu conceito máximo a esse quesito. A instituição tem, em sua estrutura, 10 bibliotecas, 150 clínicas, 281 laboratórios, 23 anfiteatros e auditórios, 162 salas de ensino prático-experimental, além de museus, ginásios, academia, salas de exposições, um centro de convivência com lojas, bancos, farmácia, livraria e restaurantes.
